Missionário da Consolata na Colômbia e no Equador...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Lectio Divina: Perdidos e Achados - 4º Domingo da Quaresma - Lucas 15,1-3;11-32

Por: Patrick Silva, imc

Todos os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus e os escribas, porém, murmuravam contra ele. “Este homem acolhe os pecadores e come com eles”. Então ele contou-lhes esta parábola... E Jesus continuou. “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: “Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos. Pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. Ele respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o novilho gordo’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado”. (Lucas 15,1-3;11-32)

1. LECTIO – leitura
Esta parábola é um dos melhores exemplos conhecidos de amor e misericórdia de Deus, mostrando que o amor de Jesus pelos pecadores está enraizado no amor do Deus Pai. O ponto de partida é a murmuração dos fariseus e dos escribas que, diante da avalanche de publicanos e pecadores que escutam Jesus, comentam o fato de Jesus conviver com os publicanos e pecadores. A parábola narra rapidamente a história de vida do filho mais novo pelo desperdício da herança, a humilhação, o arrependimento e decisão de risco de voltar para casa. O pai congratula-se com a volta de seu filho e o recebe de braços abertos, para comemorar faz também uma grande festa. O clima de festa não é partilhado pelo irmão mais velho, que se ressente do perdão generoso de seu pai.
A parábola apresenta-nos três personagens de referência: o pai, o filho mais novo e o filho mais velho. A personagem central é o pai. Trata-se de uma figura excepcional, que conjuga o respeito pelas decisões e pela liberdade dos filhos, com um amor gratuito e sem limites. Esse amor manifesta-se na emoção com que abraça o filho que volta, mesmo sem saber se esse filho mudou a sua atitude de orgulho e de auto-suficiência. A conseqüência do amor do pai simboliza-se no “anel” que é símbolo da autoridade (veja Gn 41,42; Est 3,10; 8,2) e nas sandálias, que é o calçado da pessoa livre.
O filho mais novo é um filho ingrato e obstinado, que exige do pai mais do que aquilo a que tem direito (a lei judaica previa que o filho mais novo recebesse apenas um terço da fortuna do pai – veja Dt 21,15-17; mas, ainda que a divisão das propriedades pudesse fazer-se em vida do pai, os filhos não acediam à sua posse senão depois da morte deste – veja Sir 33,20-24). É uma imagem de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de total irresponsabilidade. Acaba, no entanto, por entender o vazio, o sem sentido, o desespero dessa vida de egoísmo e de auto-suficiência e por ter a coragem de voltar ao encontro do amor do pai.
Finalmente, o filho mais velho. É o filho “certinho”, que sempre fez o que o pai mandou, que cumpriu todas as regras. No entanto, a sua lógica é a lógica da “justiça” e não a lógica da “misericórdia”. É a imagem desses fariseus e escribas que interpelaram Jesus: porque cumpriam à risca as exigências da Lei, desprezavam os pecadores e achavam que essa devia ser também a lógica de Deus.
Podemos concluir que o Evangelho apresenta-nos o Deus/Pai que ama de forma gratuita, com um amor fiel e eterno, apesar das escolhas erradas e da irresponsabilidade do filho rebelde. Esse amor paciente, esta sempre à espera, sem condições, para acolher e abraçar a/o filha/o que decide voltar. É um amor entendido na linha da misericórdia e não na linha da justiça da humanidade.

2. MEDITATIO – meditação
+ Faça uma lista dos diferentes desafios para os dois filhos.
+ Com qual filho você mais se identifica? O que esta passagem tem a dizer para você?
+ O que podemos aprender com as ações do pai?

3. ORATIO – oração
Em oração, leia 2 Coríntios 5:17-21. Peça ao Espírito Santo que o ensine o que deve pedir em sua oração.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Contemple o grande amor misericordioso e paciente deste Deus/Pai. Experimente essa misericórdia de Deus na sua vida.

5. MISSIO - missão
A/o missionária/o é chamada/o a levar esta imensa misericórdia a toda a humanidade, ninguém está excluído deste projeto de amor do Deus/Pai. “Vamos, coragem! Um pouco de amor arruma tudo. Não desanimemos jamais, recomecemos sempre: Nunc coepi! (agora começo). José Allamano

OBS: disponível todas as quartas-feiras no site: www.imconsolata.org.br

Um comentário:

  1. ednea consolata adorei oblog e a carta e ai tem feito biscoito de cerveja

    ResponderExcluir