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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Lectio Divina: Meu Senhor e Meu Deus - 2º Domingo Páscoa - João 20, 19-31

Por: Patrick Silva, imc


Meu Senhor e Meu Deus Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos, com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: “A paz esteja convosco”. Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. Jesus disse, de novo: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio”. Então, soprou sobre eles e falou: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos”. Tomé, chamado Gêmeo, que era um dos Doze, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos contaram-lhe: “Nós vimos o Senhor!” Mas Tomé disse: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. Oito dias depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles. Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!” Jesus fez diante dos discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome. (João 20, 19-31)

  1. LECTIO – leitura
João, o evangelista que nos oferece este evangelho, nos “transporta” até uma comunidade de gente receosa e de portas fechadas, para depois partilhar um encontro precioso com o Cristo ressuscitado. O episódio acontece no primeiro dia da semana, referência que não é apenas temporal, mas que nos recorda nossos “encontros” neste primeiro dia da semana. É neste primeiro dia da semana que os discípulos reunidos recebem a visita ilustre de Jesus. De repente o medo, a frustração, a insegurança é ultrapassada pela alegria e felicidade. Afinal ele está vivo. Ao aparecer “no meio deles”, Jesus assume-Se como ponto de referência, fator de unidade, a videira à volta da qual se enxertam os ramos. A comunidade está reunida à volta d’Ele, pois Ele é o centro onde todos vão beber a vida. Este encontro é marcado pela “transmissão” dupla da paz (versículos 19 e 21): é o “shalom” hebraico, no sentido de harmonia, serenidade, tranqüilidade, confiança, por outras palavras, a soma das graças divinas. Assegurando  aos discípulos a vitória de Jesus sobre o que os atemorizava: a morte, a opressão, a hostilidade do “mundo”. Depois (versículo 20a), Jesus revela a sua “identidade”: as mãos e lado trespassado, sinais do seu amor e da sua entrega. É nesses sinais de amor e doação que a comunidade reconhece Jesus vivo e presente em seu meio. A permanência desses “sinais” indica a permanência do amor de Jesus. É sob o sinal do amor e da doação que os discípulos são enviados, tal como Jesus fora enviado pelo Pai.
Jesus “soprou sobre eles”. O verbo utilizado é o mesmo do texto grego de Gênesis 2,7. Com este “sopro”, o bonequinho de argila tornou-se um ser vivente; agora, com o “sopro” de Jesus, os discípulos tornam-se homens novos, recebem a vida nova. Os discípulos possuem o Espírito, a vida de Deus, para poderem, como Jesus, dar-se generosamente aos outros. É este Espírito que constitui e anima a comunidade.
A segunda parte do evangelho (versículos 24 a 19) apresenta uma catequese sobre a fé. A experiência da fé em Jesus vivo e ressuscitado acontece na comunidade dos que acreditam, que é o lugar onde se manifesta e irradia o amor de Jesus. Tomé representa aqueles que vivem fechados em si próprios (está fora/ausente) e que não faz caso do testemunho da comunidade nem percebe os sinais de vida nova que nela se manifestam. Em lugar de se integrar e participar da mesma experiência, pretende obter uma demonstração particular de Deus. No entanto,  Tomé acaba por fazer a experiência de Cristo vivo no interior da comunidade. Porquê? Porque, no “dia do Senhor”, volta a estar com a sua comunidade. É uma alusão clara ao domingo, ao dia em que a comunidade é convocada para celebrar a Eucaristia: é no encontro com o amor fraterno, com o perdão dos irmãos, com a Palavra proclamada, com o pão de Jesus partilhado, que se descobre Jesus ressuscitado.

  2. MEDITATIO – meditação
    +    Imagine a alegria e emoção que os discípulos devem ter sentido quando viram Jesus ressuscitado. Experimente sentir em si tal sentimentos de alegria e felicidade.
    +    A fé de Tomé “se inflamou” quando viu o Senhor ressuscitado. Você acredita ou continua procurando mais provas para aceitar Jesus como seu Senhor vivo?
    +    Jesus disse aos seus discípulos para a “Paz esteja convosco'. Que significado essas palavras tranqüilizadoras têm para si?

3. ORATIO – oração
"Meu Senhor e meu Deus". Esta foi a declaração de fé de Tomé.  É uma oração simples, mas profunda. Procure repetir, como mantra, esta declaração ao longo do seu dia.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Nós continuamos a celebrar a ressurreição de Jesus. Contemple com os versículos do Salmo 118: “Seu amor é eterno.” “A pedra que os pedreiros rejeitaram, ficou sendo a pedra principal. Foi o SENHOR que fez isto: maravilha aos nossos olhos. Este é o dia que o SENHOR fez: exultemos e alegremo-nos nele.”

5.  MISSIO - missão
“Enchei a vossa vida com o espírito de Jesus. Fazei tudo por Ele e tudo recebereis d’Ele. Ele será a vossa felicidade na terra e a vossa recompensa no céu”. José Allamano

Disponível semanalmente em www.imconsolata.org.br

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