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terça-feira, 8 de junho de 2010

O decreto Ad Gentes: sobre a atividade missionária da Igreja (parte I)

Por Júlio Caldeira, imc

Segundo Paulo Suess, “ao texto definitivo do ‘decreto Ad Gentes sobre a atividade missionária da Igreja’ precedem sete documentos, que permitem acompanhar as lutas pelo significado do paradigma ‘missão’ e o processo lento da construção de um consenso em torno de uma igreja que não põe mais no centro seus territórios missionários, mas o ser missionário” (SUESS, Paulo. Introdução à teologia da missão: convocar e enviar: servos e testemunhas do Reino. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007, p. 122).

Os sete esquemas:

A partir das respostas à consulta feita aos bispos entre 1959 e 1960, a comissão da Propaganda Fide (atual Congregação para a Evangelização da Fé), responsável pelo debate missionário, elaborou 23 propostas. A comissão de Missionibus foi integrada por 22 membros e 32 consultores, presidida pelo Cardeal Agagianian, prefeito da Propaganda Fide. Destas 23 propostas, ficaram o prefácio e sete esquemas e, posteriormente, o prefácio e dois esquemas, sendo que os padres conciliares, na primeira etapa do Concílio (11 de outubro a 8 de dezembro de 1962) rejeitaram este esquema (como o dos demais documentos), criando novas Comissões, entre elas uma nova Comissão das Missões.

No recesso conciliar esta Comissão das Missões, com pouco consenso entre si e com divergências entre si, aprovou um quarto esquema, muito semelhante ao terceiro. Na segunda etapa conciliar (29 de setembro a 04 de dezembro de 1963), foi produzido um quinto esquema, com um volume de 283 páginas, mas que não foi discutido na aula conciliar. A comissão das Missões, pressionada para redigir um texto curto, elaborou um sexto esquema com um prefácio e treze apontamentos sobre a atividade missionária da Igreja, que foi rejeitado novamente pelos padres conciliares na terceira etapa do Concílio (14 de setembro a 21 de novembro de 1964).

A Comissão constituiu uma subcomissão que sistematizou as contribuições dos padres conciliares, a partir da nova eclesiologia, que elaborou um esquema de decreto com cinco capítulos, que foi discutido na quarta e última etapa do Concílio (14 de setembro a 8 de dezembro de 1965); o texto foi debatido entre os dias 7 e 13 de outubro, na aula conciliar, recebendo emendas e sufrágios, e sendo, finalmente, votado, aprovado (com 2394 votos a favor e apenas 5 contra – foi a votação mais alta de todas as realizadas no Concílio) e promulgado pelo papa Paulo VI no dia 7 de dezembro de 1965. Nascia, assim, o decreto Ad Gentes, sobre a atividade missionária da Igreja.


(continua com o Decreto Ad Gentes)

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