Missionário da Consolata na Colômbia e no Equador...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O frio de dentro...

Seis homens ficaram presos numa caverna gelada por causa de uma avalanche de neve. O socorro só viria ao amanhecer.
Cada um deles trazia um pouco de lenha, mas, quando a equipe de resgate chegou a fogueira estava apagada e eles, mortos, congelados, cada qual abraçado ao seu feixe de lenha.

Os soldados não entenderam o que se passou naquela caverna, mas, se eles pudessem voltar no tempo e ler o pensamento daquelas pessoas, talvez ficassem mais uma vez surpresos com a raça humana:

O preconceituoso pensava: Jamais darei minha lenha para aquecer essa gente esquisita!

O rico avarento pensava: Vou ser o último a queimar minha lenha. Quem sabe, até posso vendê-la para esses otários. Vai valer uma boa grana. É a lei da oferta e procura.

O forte pensava: Não vou dar a minha lenha para aquecer esses fracotes. Eles que façam ginástica até o amanhecer, se quiserem se manter aquecidos.

O fraco pensava: É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. O sabe-tudo pensava: Esta nevasca vai durar vários dias. Vou guardar minha lenha por enquanto.

O alienado: ... (não pensava nada, especificamente).

Por fim, um dos soldados desabafou: - Acho que não foi o frio de fora que os matou; acho que foi o frio de dentro. O frio do coração. O frio da alma.

"Não deixe que o frio deste mundo mate você. Abra o seu coração e seja o primeiro a ceder a seu feixe de lenha, para manter a fogueira acesa".

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Lectio Divina do texto de Lucas 19,1-10 - 31º Domingo do Tempo Comum

Por: Patrick Silva, imc

Jesus tinha entrado em Jericó e estava passando pela cidade. Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos publicanos e muito rico. Ele procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era baixinho. Então ele correu à frente e subiu numa árvore para ver Jesus, que devia passar por ali. Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”. Ele desceu depressa, e o recebeu com alegria. Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Foi hospedar-se na casa de um pecador!” Zaqueu pôs-se de pé, e disse ao Senhor: “Senhor, a metade dos meus bens darei aos pobres, e se prejudiquei alguém, vou devolver quatro vezes mais”. Jesus lhe disse: “Hoje aconteceu a salvação para esta casa, porque também este é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”. (Lucas 19,1-10)

1. LECTIO – Leitura
A viagem de Jesus com os seus continua o seu curso normal, desta feita chega na cidade de Jericó, uma cidade às margens do mar Morto, não muito distante de Jerusalém. Jericó era a última etapa dos peregrinos que se dirigiam a Jerusalém para as grandes celebrações religiosas. Comercialmente era uma cidade promissora, cidade de grandes e bons negócios. Novamente, teremos um publicano como personagem principal. Trata-se de Zaqueu, o chefe dos publicanos. Considerado pela religião oficial, um pecador público, um explorador dos pobres, alguém que colaborar com o inimigo, entenda-se os Romanos.

Zaqueu, publicano, cobrador de impostos, pecador… Era uma pessoa sem hipóteses de perdão, excluído do convívio com os justos. Considerado amaldiçoado por Deus e desprezado pelos justos. O texto afirma ser de baixa estatura, que provavelmente terá um duplo significado, aliado ao seu ser baixo de estatura, pode ser também referência à sua insignificância, do ponto de vista moral. É exatamente este homem procurava “ver” Jesus. Seria apenas curiosidade? Ou algo mais? Não sabemos, porém o esforço mostrado por Zaqueu para ver Jesus que passava, deixa entender, que era muito mais que curiosidade. Certamente nunca lhe passou pela cabeça que Jesus pudesse demonstrar algum interesse numa pessoa como ele. Perante esta situação, fica no ar a pergunta: como é que Jesus vai responder a esta iniciativa? Na verdade, é Jesus que toma a iniciativa para o encontro. Zaqueu tomou a iniciativa de subir na árvore para o poder ver, mas é Jesus quem olha, para e chama. Jesus se convida para ir na casa de Zaqueu. O murmúrio da multidão que acompanhava Jesus deve ter subido de tom, como é possível que Jesus tenha escolhido se hospedar na casa de tal pessoa. Como é que a multidão que rodeia Jesus reage a isto? Manifestando, naturalmente, a sua desaprovação às atitudes incompreensíveis de Jesus (“ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Foi hospedar-se na casa de um pecador!”). É a atitude de quem se considera “justo” e despreza os outros, de quem está instalado nas suas certezas, de quem está convencido de que a lógica de Deus é uma lógica de castigo, de marginalização, de exclusão. No entanto, Jesus demonstra-lhes que a lógica de Deus é diferente desta lógica e que a oferta de salvação que Deus faz não exclui nem marginaliza ninguém.

Tudo acontece com uma nota importante: a pressa! ““Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”, mas Zaque não faz por menos e responde do mesmo jeito: “Ele desceu depressa”.

Como é que tudo termina? Termina com um banquete (onde está Zaqueu, o chefe dos publicanos) que simboliza o “banquete do Reino”. Ao aceitar sentar-Se à mesa com Zaqueu, Jesus mostra que os pecadores têm lugar no “banquete do Reino”; diz-lhes, também, que Deus os ama, que aceita sentar-Se à mesa com eles. Deus não exclui nem marginaliza nenhum dos seus – mesmo os pecadores – mas a todos oferece a salvação.

E como é que Zaqueu reage a essa oferta de salvação que Deus lhe faz? Acolhendo o dom de Deus, convertendo-se ao amor, tudo isso com o tom da alegria. Mas o encontro leva à mudança, aquilo que chamaríamos de conversão: a repartição dos bens pelos pobres e a restituição de tudo o que foi roubado em quádruplo, vai muito além daquilo que a lei judaica exigia (veja Ex 22,3.6; Lev 5,21-24; Nm 5,6-7) e é sinal da transformação do coração de Zaqueu…

2. MEDITATIO – meditação
O episódio de Zaqueu revela um Deus que ama todos sem exceção e que não exclui do seu amor mesmo os pecadores, ao contrário, é por esses que Deus manifesta uma especial carinho. Além disso, o amor de Deus não é condicional: Ele ama, apesar do pecado; e é precisamente esse amor nunca desmentido que, uma vez experimentado, provoca a conversão e o regresso do filho pecador. É esta Boa Nova de um Deus “com coração” que somos convidados a anunciar, com palavras e gestos.

Em nossas comunidade muitas vezes as atitudes que temos em relação aos pecadores não está em consonância com a lógica de Deus… Muitas vezes, em nome de Deus, se marginaliza e exclui, se assumem atitudes de censura, de crítica, de acusação que, longe de provocar a conversão do pecador, o afastam mais e o levam a radicalizar as suas atitudes de provocação. No entanto, só o amor gera amor. Como é que acolhemos aqueles que estão “longe” de Deus? Será que os levamos até Deus ou os afastamos mais ainda?

Testemunhar o Deus que ama e que acolhe todos não significa, contudo, aceitar o pecado e o que está errado. O pecado gera ódio, egoísmo, injustiça, opressão, mentira, sofrimento; é mau e deve ser combatido e vencido. No entanto, é importante distinguir entre pecador e pecado: Deus convida-nos a amar todos, mesmo os pecadores, no entanto, devemos combater o pecado que que impede de celebrar o amor de Deus.

3. ORATIO – oração
Procure subir a um local alto e aí faça a sua oração, deixe que Jesus a/o possa ver e chamar para o encontro que quer mudar radicalmente a sua vida. Não fuja desse encontro.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Experimente a alegria de um Deus que acolhe todos, mesmo que nossas opções nos coloquem em caminhos distantes de Deus, porém Deus sempre oferece a possibilidade de reconciliação.

5. MISSIO – missão
“O amor ao próximo deve estimular-nos a trabalhar pela salvação de todos. Por isso, não sejamos apáticos e indiferentes, mas sedentos de almas, como Jesus. Deus quer que todos se salvem e pede a nossa colaboração.” José Allamano

Disponível semanalmente em http://www.consolata.org.br/
 

terça-feira, 26 de outubro de 2010

DA MISSÃO AD GENTES À EVANGELIZAÇÃO INTER GENTES

Por: Júlio Caldeira, imc*

1. ÁREA: Missiologia

2. TEMA: DA MISSÃO AD GENTES À EVANGELIZAÇÃO INTER GENTES: Nova época e metodologia missionária a partir do Concílio Vaticano II

3. OBJETIVO: Investigar os caminhos teológicos e pastorais abertos pelo Concílio Vaticano II quanto à missão ad gentes e os novos paradigmas da evangelização inter gentes.

4. RESUMO EM ESQUEMAS:
a) JESUS E AS PRIMEIRAS COMUNIDADES 
·         Jesus = enviado do Pai que envia seus discípulos: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho...” (Mc 16,15)
·         Primeiras comunidades: testemunho, comunhão e missão; principalmente nos centros urbanos (gentios) = ad gentes.
·         Missionário/a: os que seguiam Jesus eram discípulos/as e “enviados”.

 b) IDADE MÉDIA 
·         Séc. VI-VII: Evangelização dos bárbaros nos pagos (gentios do interior tidos como ignorantes); conversão em massa; instrução na fé cristã..
·          Missionário: Responsabilidade da Igreja Institucionalizada: monges-missionários, bispos, padres.
·          Posteriormente (séc. XI-XIV): cruzadas, Ásia (para conter o islamismo)

 c) MODERNIDADE 
·         Séc. XV: origem da missão ad gentes como missão ad extra: levar o Evangelho e as estruturas da Igreja (“sociedade perfeita”):
- da Europa Cristã para outros continentes;
- junto ao projeto colonizador dos padroados
(a cruz e a espada caminham juntos)
  •  Séc. XIX: Restauração e renascimento missionário: separação da Igreja e do Estado:
 - surgimento dos institutos missionários “ad gentes” (especialistas na missão) e de associações missionárias.
  • Objetivos: converter, trazer para dentro, batizar para salvar as almas, plantatio ecclesiae”; chegar primeiro que os protestantes.
  • Missionário/a: sacerdotes e religiosos/as.
 d) CONCÍLIO VATICANO II (1962-1965)
·         Aggiornamento, diálogo e abertura; 
·         “A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária” (AG 2).  
·         A Igreja é Povo de Deus = vocações e ministérios.

e) MISSÃO HOJE
·         “crise” e “afrouxamento” quanto à missão ad gentes (como era);
·         Evangelização Inter Gentes
- Entre povos e continentes, igrejas locais e Igreja Universal;
- Testemunho, respeito das diferenças e inculturação (convivência intercultural)
  - Evangelização: ato profundamente eclesial, não é um ato individual e isolado de pessoas e grupos;
 - Missio Dei
·         Novos desafios: diálogo interreligioso, ecumenismo, centros urbanos, minorias étnicas, pobres, mundo digital, ecologia etc.
·         Missionário/a: todos os batizados!

5. BIBLIOGRAFIA BÁSICA
·         BOSCH, David. Missão transformadora: mudanças de paradigma na teologia da missão. 2ª ed. São Leopoldo: Sinodal, 2007.
·         LABONTÉ, G. e ANDRADE, J. (orgs). Caminhos para a Missão: fazendo missiologia contextual. Brasília: abcBSB, 2008.
·         SUESS, Paulo. Introdução à teologia da missão: convocar e enviar: servos e testemunhas do Reino. Petrópolis: Vozes, 2007.
·         VÁSQUEZ. Marina Aguilar. La misión inter gentes. Quito: CAM3/COMLA8, 2008.


Este trabalho visa analisar as mudanças ocorridas a partir do Vaticano II e os novos paradigmas na atualidade quanto à missão ad gentes como evangelização inter gentes.

Isto será desenvolvido a partir de três núcleos de pesquisa:

1) No primeiro capítulo faremos uma pequena definição do termo ad gentes e um breve percurso histórico que favoreça a uma maior compreensão das práticas missionárias católica durante estes vinte séculos (antes do Concílio Vaticano II), destacando alguns aspectos significativos das quatro fases: nos primeiros séculos (séc. I-IV), entre os bárbaros (séc.V-XV), no Novo Mundo (séc.XVI-XVIII) e na Restauração (séc.XIX-XX), bem como os processos que foram desencadeando no Concílio Vaticano II (1962-1965).

2) No segundo capítulo, intitulado “caminhos abertos pelo Vaticano II”, ressalta os documentos que levaram a uma renovação do conceito de missão, com destaque os do Concílio Vaticano II (no qual fazemos uma leitura intertextual, com destaque para a Lumen Gentium, Gaudium et Spes e Ad Gentes), a Evangelii Nuntiandi (de Paulo VI, 1975), a Redemptoris Missio (de João Paulo II, 1990), os Documentos das Conferência do Episcopado Latino Americano e do Caribe – CELAM (com uma leitura intertextual), o atual conceito missio inter gentes (nascido da Federação das Conferências Episcopais da Ásia – FABC) e os alguns pressupostos levantados pelo missiólogo Paulo Suess.

3) Por fim, no terceiro e último capítulo, elencamos alguns pontos para pensar o ministério atual da missão ad gentes, com base em novos paradigmas que surgem, no qual destacamos o princípio de que todos os batizados são missionários e os novos areópagos da missão: mundo digital, centros urbanos e os “sem religião”, e o diálogo ecumênico e inter-religioso (dentro da perspectiva do pluralismo religioso). Concluiremos fazendo uma pequena consideração sobre a necessidade de “refundarmos” a figura do missionário em seus aspectos humano, cristão e missionário, a partir dos novos desafios que fomos discutindo.
 
* OBS: Este trabalho acadêmico é resultado de minha pesquisa para o TCC e foi apresentado no Fórum Teológico promovido pela CESTEP (18/05/2010) e no XIII Congresso Metodista de Iniciação e Produção Científica da UNIVERSIDADE METODISTA (26/10/2010).

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

9º Dia da Novena Missionária (esquema e vídeo)

Missão e Partilha de Pessoas:
Clero, Religiosos/as e Missionários/as Leigos

Preparação do ambiente, acolhida e abertura, (clique aqui).
Se possível, colocar em destaque a Bíblia, livro de orações, rosário ou sandálias.

Coordenador: Além da cooperação espiritual e da cooperação material, uma das formas privilegiadas de cooperação missionária é a cooperação pessoal, isto é, o envio de pessoas para a Missão. A Igreja precisa de homens e mulheres, sacerdotes, religiosos/as e leigos/as que se disponham a deixar o conforto de suas casas e culturas, para irem ao encontro daqueles que ainda pouco ou nada conhecem a respeito de Jesus Cristo. São os missionários e missionárias propriamente ditos.

Leitor 1: Durante 500 anos o Brasil se acostumou a receber missionários e missionárias vindos de fora. Pessoas generosas, que foram capazes de deixar tudo, para se tornar sinal da presença de Deus entre nós, trabalhando nas mais diversas situações de evangelização. Porém, já “chegou a hora de darmos de nossa pobreza” (Puebla 368).

Leitor 2: Hoje existem menos de dois mil brasileiros em Missão noutros países do mundo, 81% dos quais são Irmãs. Às vezes ocorre que um rapaz ou moça queira se consagrar a Deus como missionário/a, e encontram oposição até da família e da comunidade de origem. Deveria ser o contrário.

Leitor 3: Os pais deveriam sentir-se privilegiados por terem um(a) filho/a escolhido por Deus para ser seu “cartão de visita” entre aqueles que ainda não O conhecem. A vocação à consagração, em especial para a consagração à Missão, é um dom riquíssimo de Deus, que não pode ser desprezado nem boicotado.

Leitor 4: Outro problema que precisa ser enfrentado é o da melhor distribuição (partilha) do clero. A maioria de nossos padres no Brasil está nas regiões mais ricas (Sul e Sudeste), sobretudo no litoral. Muitas paróquias têm apenas sua matriz, com várias missas, enquanto que no Norte e Nordeste do país, sobretudo na Região Amazônica, os padres têm de se desdobrar para atender dezenas de comunidades, com uma única missa anual.

Leitor 1: É urgente sensibilizar o coração de bispos, padres e fiéis de nossas comunidades para que “emprestem”, ainda que por tempo limitado, como dom de fé (“fidei donum”) sacerdotes para as regiões carentes. O mesmo se diga das nações mais ricas, que ainda têm grande concentração de clero, em prejuízo de países inteiros (sobretudo na África e Ásia) onde há grande escassez.

Leitor 2: Igualmente, é necessário trabalharmos e rezarmos, para que surjam muitas vocações missionárias leigas: médicos/as, enfermeiros/as, professores/as, etc., que se disponham a entrar nos países nos quais é proibido o ingresso de padres e irmãs.

Leitor 4: Também devemos aprender a partilhar nossos melhores leigos com as pessoas de tais lugares, que, por falta deles, ainda não sabem que temos em Cristo Jesus um nome salvador. Para a Missão, temos de enviar nossos melhores agentes. Não temos o direito de retê-los egoisticamente só para nós.

Fato da vida
Pode-se, neste momento, assistir ao vídeo 9 do DVD.

Um Apelo para a Amazônia e para o Mundo
Na região amazônica brasileira, muitos bispos, padres, religiosos e leigos vivem como verdadeiros heróis, acompanhando dezenas, às vezes centenas, de comunidades ribeirinhas, comendo e dormindo em barco, enfrentando os desafios diários de rios e doenças. Pessoas abnegadas, que tiveram a coragem de aceitar o chamado de Deus, e servem a comunidades muito pobres, renunciando muitas vezes ao conforto de seus lugares de origem, a plano de saúde... Os próprios bispos da região muitas vezes pedem esmolas, para conseguir um curso de atualização para seus padres e agentes de pastoral. O Papa Paulo VI já pedia aos bispos que despertassem as consciências dos fiéis, a fim de garantir o mínimo necessário, para que padres e agentes de pastoral pudessem sobreviver nos imensos campos da Missão.
D. Antonio Possamai, Bispo emérito de Ji-Paraná, RO, é otimista, quando fala de comunidades que têm três ou quatro missas por ano, pois há outras que nunca tiveram missa nenhuma. Diz ele: “Carências de recursos humanos e econômicos: estes são os dois maiores desafios a serem vencidos pela evangelização na Amazônia. Há lugares em que a maioria dos seringueiros não sabe o que é missa. Eles têm e sabem o que é o batismo, mas não a missa. (...) Em Ji-Paraná, onde fui bispo, havia paróquias com 150 a 170 Comunidades Eclesiais de Base que tinham três a quatro missas por ano.”
D. Possamai falou aos padres reunidos em Itaici (Indaiatuba, SP), no 13º Encontro Nacional de Presbíteros, em fevereiro de 2010.

Canto ou refrão de aclamação
Palavra de Deus: At 13,1-3.
Partilha:
- Se vocês viram o vídeo, o que mais lhe chamou a atenção. Por quê?
- De qual ponto do testemunho visto você mais gostou? Por quê?
- Por que, quando um sacerdote ou irmã estão realizando um bom serviço em nossa comunidade e precisa ser transferido para “ir também a outras cidades e aldeias”, muita gente reage tão negativamente? É certo querermos o melhor só para nós? Por quê?

Canto: Eis-Me aqui, Senhor (ou outro).
Preces:
Coordenador: Elevemos a Deus nossos pedidos, por nós mesmos e pelas necessidades missionárias do mundo todo. No final de cada prece, diremos:
Senhor, enviai mais missionários para tua Igreja!
1. Para que nossas dioceses se solidarizem com a difícil situação das Igrejas na Amazônia e se disponham a partilhar até mesmo de sua pobreza em solidariedade com essa região de nosso país, rezemos ao Senhor.
2. Para que aprendamos a partilhar o melhor de nossos recursos com a causa da evangelização do Brasil e do mundo, rezemos ao Senhor.
3. Para que em nosso país surjam muitas vocações sacerdotais, religiosas e leigas para a Missão universal, rezemos ao Senhor.
Preces espontâneas.

Coordenador: Rezemos uma dezena do rosário pela Europa e Oceania, para que sejam continentes mais missionários, e a Europa retorne seu coração para Cristo.
Pai-Nosso, dez Ave-Marias, Glória-ao-Pai.

Voltar ao Esquema para Todos os Dias, a partir da Oração Missionária 2010, até o final.

DIA MUNDIAL DAS MISSÔES
A Coleta do Dia Mundial das Missões (23 e 24 de outubro), feita em todas as comunidades e instituições católicas, deve ser integralmente enviada para a Missão universal.
A ninguém é lícito dar destinação particular a este fundo, por mais importante que julgue o fim.

O CARTAZ DA CAMPANHA MISSIONÁRIA 2010
A Campanha Missionária, promovida e coordenada pelas Pontifícias Obras Missionárias, propõe para este ano de 2010 o tema Missão e Partilha, e, como lema, Ouvi o Clamor do Meu Povo (cf. Ex 3,7b).
O tema Missão e Partilha remete à Campanha da Fraternidade deste ano, a qual todo ano buscamos resgatar, com enfoque e dimensão missionária. O lema Ouvi o Clamor do Meu Povo remete ao Êxodo do povo de Israel, e aos muitos “êxodos” dos povos atuais. Também nos remete ao tema da migração, mobilidade humana, do ser peregrinos, lembrando-nos permanentemente que o horizonte da Missão é o mundo, a humanidade no seu todo.
O cartaz traz um fundo verde, sinal de esperança. A Missão alimenta, fortalece nossa fé, esperança e caridade, mantêm-nos no caminho da fidelidade a Deus e à humanidade, Povo de Deus (LG 2).
A água remete ao valor e à dignidade da vida como elemento vital para o planeta, onde vive a humanidade. Aqui, especificamente, remete-nos à realidade amazônica, com sua rica biodiversidade. Lembramos que a última semana do outubro, dedicada à Amazônia, vem inserida no contexto do Mês das Missões.
O barco remete à figura bíblica da Igreja peregrina, que “navega” pelos mares da história da humanidade. Nela se destaca a figura de Jesus Cristo. É Ele quem dá segurança: “Não tenham medo... Avancem para águas mais profundas!” (cf. Lc 5,4). Ao mesmo tempo, aponta para o horizonte amplo e universal da Missão, que é o mundo, a humanidade. A Missão não tem fronteiras!
Destaca-se ainda a figura dos índios, etnias vivas e presentes na realidade amazônica, do
Brasil e de outros países. Povos que nos acolheram, abrindo-se à Boa-Nova do
Evangelho, e que precisam ser respeitados e valorizados como portadores de valores evangélicos já presentes, quais “sementes do Verbo Encarnado” que estabeleceu morada definitiva entre os seres humanos, mas que desde sempre havia marcado Sua presença em toda parte, e que, portanto, chegara lá muito antes que o missionário.
Contudo, este poderá, sim, ajudar no processo de explicitação da Verdade e Pessoa de Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador, já atuante, portanto, e presente na história salvífica da humanidade. (http://www.pom.org.br/)

OBS: todo o material da campanha missionária (estes e outros) estão disponíveis no site das POM:
 

8º Dia da Novena Missionária (esquema e vídeo)

Missão e Partilha de Bens: Coleta do Dia Mundial das Missões
(23 e 24 de Outubro – Penúltimo Domingo do Mês)

Preparação do ambiente, acolhida e abertura, (clique aqui)
Se possível, colocar em destaque o envelope da Campanha Missionária, o cartaz, o cofrinho.

Coordenador: Este ano a Campanha da Fraternidade lembrava-nos que “não podemos servir a Deus e ao dinheiro”, isto é, não podemos viver em função do dinheiro, mas de Deus. O dinheiro é um acréscimo, embora seja um acréscimo necessário.

Leitor 1: Na estrutura do mundo de hoje, todos precisam ter alguns recursos materiais. Também a Igreja precisa desses recursos para evangelizar.  E esses recursos devem vir da partilha de bens dos fiéis, dos discípulos-missionários de Jesus. Na região Nordeste e, sobretudo, na região Norte do Brasil, a evangelização custa muito mais caro que no restante do país, pois moram lá as pessoas mais pobres, e as distâncias são maiores.

Leitor 2: Na Amazônia, às vezes uma única paróquia tem 150 ou mais comunidades e o missionário gasta vários dias para chegar da matriz até suas comunidades mais distantes e, a muitos lugares, só de barco. As viagens são demoradas e caras, e as comunidades locais nem sempre têm condições de financiá-las.

Leitor 3: Igualmente os cursos de formação para os leigos. Eles também fazem viagens longas para poder receber sua formação cristã, e nem sempre têm condições de custear os cursos. Precisam contar com a ajuda dos irmãos de outras comunidades, dioceses, regiões e países.

Leitor 4: O mesmo se pode dizer de muitos países da África, da Ásia, e mesmo de nossas Américas. Em muitos desses lugares os cristãos são minoria absoluta, não chegando a 0,5% dos habitantes (como em algumas regiões da Ásia, por exemplo). Não têm recursos próprios para manter os missionários que estão lá.

Leitor 1: E, geralmente, onde estão os missionários, muitas obras de promoção humana e assistência social são construídas, e precisam ser mantidas, para o bem daqueles povos. Em vários países é a Igreja, são os missionários que mantêm e cuidam de hospitais, creches, escolas, asilos, etc.

Leitor 2: De onde vêm, então, os recursos? Da partilha de bens que estivermos dispostos a fazer. E a Igreja pede isto a nós apenas uma vez por ano, no penúltimo domingo de outubro. Pede que a oferta que fizermos não seja uma sobra, mas fruto de nosso sacrifício, como, por exemplo, que deixemos de beber uma cerveja ou um refrigerante, que deixemos de comprar uma roupa ou um cartão de celular, que deixemos de fazer um passeio ou de ir ao cinema, e ofertemos esta quantia para ajudar as Missões. E isto, apenas uma vez por ano. Claro que, quem quiser, pode fazer mais vezes.

Leitor 3: As ofertas que fazemos nas celebrações do penúltimo fim de semana de outubro devem ser todas entregues à sede da paróquia, que deve encaminhá-las, integralmente, à diocese, que, por sua vez, as encaminha, também integralmente, às Pontifícias Obras Missionárias, o organismo da Santa Sé encarregado, dentre outras coisas, de distribuir os recursos para as necessidades missionárias mais urgentes no mundo todo. Portanto, no penúltimo domingo de outubro, Dia Mundial das Missões, sejamos generosos!

Fato da vida
Pode-se, neste momento, assistir ao vídeo 8 do DVD.

Quando os Números São mais que Números
Você sabe qual é a contribuição financeira do povo brasileiro para a evangelização do mundo?
Vamos começar com uma boa notícia. Nos últimos dez anos, as ofertas do Dia Mundial das Missões no Brasil passaram de R$ 2.053.055,77, no ano de 2000, para R$ 5.703.099,26, em 2009. Isto significa um crescimento de 277,79%, em dez anos.
Mesmo assim, essa contribuição não chega a 5 (cinco) centavos por pessoa por ano (calculando apenas os cento e vinte milhões de brasileiros e brasileiras que se declaram católicos). Muito já recebemos, é chegada a hora de “dar de nossa pobreza” (Puebla, 368).
Os Papas sempre incentivaram a colaboração, inclusive financeira, do povo cristão para o trabalho de seus missionários. Se as paróquias e dioceses católicas decidissem obedecer e repassar para o trabalho missionário 1% das ofertas recebidas durante o ano, deveriam contribuir com R$ 81.665.474,40, em lugar dos atuais cinco milhões. De fato, estamos dando cerca de um real, de cada dois mil arrecadados.

Canto ou refrão de aclamação
Palavra de Deus: Rm 15,26-33.
Partilha:
- Se vocês viram o vídeo, o que mais lhe chamou a atenção. Por quê?
- Você conhecia os dados sobre a Coleta para as Missões? Em nossa comunidade, a oferta do Dia Mundial das Missões é generosa? Existe um incentivo, para que neste dia os fiéis colaborem um pouquinho mais?
Com quanto sua comunidade colaborou no ano passado para a Missão universal da Igreja? É feita a prestação de contas? Que podemos fazer para que tudo isto melhore?

Canto: Os Cristãos Tinham Tudo em Comum (ou outro).
Preces:
Coordenador: Elevemos a Deus nossos pedidos, por nós mesmos e pelas necessidades missionárias do mundo todo. No final de cada prece, diremos:
Senhor, escutai a nossa prece!
1. Para que nossa consciência missionária possa crescer cada dia e, com ela, nossa cooperação com as Missões, rezemos ao Senhor.
2. Para que todos os projetos missionários possam ser realizados de acordo com a vontade Deus e com a nossa colaboração, rezemos ao Senhor.
3. Por todos os benfeitores e amigos das Missões, rezemos ao Senhor.
Preces espontâneas.

Coordenador: A América é vista como a esperança missionária da Igreja, pois aqui vive mais de metade dos católicos de todo o mundo. A fim de que possamos aumentar nossa oferta em dinheiro e em pessoas para a Missão universal, rezemos uma dezena do rosário missionário por nosso continente.
Pai-Nosso, dez Ave-Marias, Glória-ao-Pai.

Voltar ao Esquema para Todos os Dias, a partir da Oração Missionária 2010, até o final.

OBS: todo o material da campanha missionária (estes e outros) estão disponíveis no site das POM:

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Lectio Divina do texto de Lucas 18,9-14 - 30º Domingo do Tempo Comum


Para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: “Dois homens subiram ao templo para orar. Um era fariseu, o outro publicano. O fariseu, de pé, orava assim em seu íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de toda a minha renda’. O publicano, porém, ficou a distância e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador!’ Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, mas o outro não. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. (Lucas 18,9-14)

1. LECTIO – Leitura
Inserido na caminha rumo a Jerusalém temos mais um ensinamento de Jesus em forma de parábola, que visava aqueles que “se consideravam justos e desprezavam os outros”. As personagens da parábola são um fariseu e um publicano.

Os “fariseus” eram um do grupo religioso defensor “Torah” (lei); procuravam viver no seu dia a dia cumprindo literalmente tudo o que era ordenado na Torah, procurando, também, ensinar o povo a viver do mesmo jeito. Sua intenção era que o povo se tornasse mais santo e assim precipitaria a chegada do Messias. Tratava-se de um grupo sério, verdadeiramente empenhado na santificação do Povo de Deus. Na sua atuação, tornavam-se, por vezes, fundamentalistas. Ao afirmarem a superioridade da Lei, desprezavam muitas vezes as pessoas e criavam no povo um sentimento de pecado e de indignidade que oprimia as consciências. Por sua vez, os “publicanos” estavam ligados à cobrança dos impostos, ao serviço das forças romanas de ocupação. Tinham fama de utilizar o seu cargo para enriquecer de modo imoral. De acordo com a Mishna (redação escrita da tradição oral judaica), eram considerados de impuros e sem direito a fazer penitência, pois eram incapazes de conhecer todos aqueles a quem tinham defraudado e a quem deviam uma reparação. Se um publicano, antes de aceitar o cargo, fazia parte de uma comunidade farisaica, era imediatamente expulso dela e não podia mais voltar, a não ser depois de abandonar esse cargo. Quem exercia tal ofício, estava privado de certos direitos cívicos, políticos e religiosos; por exemplo, não podia ser juiz nem prestar testemunho em tribunal, sendo equiparado aos escravos.

Com a parábola, o evangelista, procura confrontar duas atitudes face a Deus, personificadas pelo fariseu e pelo publicano. O fariseu é o modelo da pessoa irrepreensível no que diz respeito à Lei, obedecendo aos preceitos e vivendo uma vida íntegra face à Lei. Porém, é alguém que se sentia superior aos outros, porque vivia conforme o que a Lei pedia. Tal “superioridade” se manifestava no menosprezar, de modo especial, os “pecadores notórios”, como era o caso do publicano da parábola. Já o publicano é o modelo do pecador. Explora os pobres, pratica injustiças, não cumpre os preceitos da Lei. No entanto, reconhece sua indignidade. Sua oração consiste apenas em pedir: “Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador!”.

A conclusão de Jesus sugere que o publicano se reconciliou com Deus (“voltou para casa justificado”). Mas como entender isso? Enquanto que o fariseu pensa ganhar a salvação com o seu próprio esforço. Para ele, a salvação não é um dom de Deus, mas algo conquistado pela pessoa. Isto é, se a pessoa levar uma vida irrepreensível, Deus é “obrigado” a lhe oferecer a salvação. Tal pensamento o leva à auto-suficiência: não espera nada de Deus, os seus “créditos” são suficientes para se salvar. Ainda mais, essa auto-suficiência leva-o, também, a desprezar aqueles que não são como ele. Já o publicano, ao contrário, apoia-se apenas em Deus e não nos seus méritos (que, aliás, não existem). Apresentando-se diante de Deus de mãos vazias e sem quaisquer pretensões; entrega-se apenas à misericórdia de Deus e pede-Lhe compaixão… Voltando para casa “justificado”, ou seja Deus mesmo vai-lhe oferecer a salvação. Deste modo podemos concluir que a parábola destinada a “alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros”, sugere que tais que se presumem de justos estão, às vezes, longe de Deus e da salvação.

2. MEDITATIO – meditação
A parábola coloca-nos perante a atitude correta do ser humano face a Deus. Desautoriza completamente aqueles que se apresentam diante de Deus certos de que fazem tudo certinho para receber o “prêmio”, que será resultado da sua boa atuação. Em contrapartida, convida a uma atitude de reconhecimento humilde dos próprios limites, uma confiança absoluta na misericórdia de Deus e uma entrega confiada nas mãos de Deus. Qual das duas atitudes é a que tenho perante Deus?

A parábola mostra que Deus não é um contador, uma simples máquina de recompensas e de castigos, mas que é o Deus da bondade, do amor, da misericórdia, sempre disposto a derramar sobre a pessoa a salvação (mesmo que a pessoa não mereça) como “presente”. A única condição é reconhecer os limites pessoais e aceitar humildemente a oferta de salvação que Ele faz.

A atitude de orgulho e de auto-suficiência, a certeza de possuir qualidades e méritos em abundância, acaba por gerar o desprezo pelos outros. Então, criam-se barreiras de separação (de um lado os “bons”, de outro os “maus”), que provoca exclusão… Isto acontece com alguma freqüência nas comunidades cristãs. Será que tal acontece na minha comunidade?

As melhorias significativas que a humanidade tem alcançado, levaram a que muitos se convencessem de que Deus não é necessário para a felicidade. Será que também faço deste grupo que prescinde de Deus para ser feliz?

3. ORATIO – oração
A parábola apresenta a oração de duas pessoas, as quais tiveram atitudes diferentes perante Deus. Olhe para a atitude do publicano e peça a Deus que venha “inundar” a sua vida com a sua graça.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Deus não olha para os seus méritos, mas deseja uma atitude de confiança total. Neste momento entregue-se nas mãos misericordiosas de Deus.

5. MISSIO – missão
“Sem confiança em Deus não se pode fazer nada. E não confiar em Deus é fazer-lhe uma ofensa.” José Allamano

Disponível semanalmente em http://www.consolata.org.br/

7º Dia da Novena Missionária (com esquema e vídeo)

Missão e Meio Ambiente:
Amazônia, Ecologia, Povos Nativos, Testes Nucleares na Oceania

Preparação do ambiente, acolhida e abertura, (clique aqui).
Se possível, colocar em destaque uma plantinha ou jarra com água.

Coordenador: Felizmente, nos últimos anos a humanidade está tomando consciência de que é preciso preservar a natureza, pois seus recursos não são inesgotáveis. A sobrevivência do planeta (e nossa) depende hoje de nós. A preocupação ecológica é hoje uma realidade para quase todos os habitantes do planeta.

Leitor 1: Muitos pensam assim, mas ainda existe muita gente que só pensa em aumentar seus lucros, não se importando com a destruição da natureza e da própria vida humana. Muitas áreas de floresta já desapareceram quase por completo, como o caso da nossa Mata Atlântica e do Cerrado, e grande parte de nossa Floresta Amazônica, considerada um dos pulmões do mundo.

Leitor 2: O continente da Oceania também sofre pelo descaso com a natureza, pois lá já foram realizados muitos testes nucleares por países ricos da Europa. Não se preocupam se estão destruindo uma parte do planeta, desde que estejam longe de suas casas. Porém o planeta é um só. O que afeta uma parte dele compromete a ele todo.

Leitor 3: Juntamente com a destruição das riquezas naturais, ocorre também a destruição de muitas culturas nativas, que são uma riqueza para a humanidade. No Brasil muitos povos indígenas estão quase extintos, assim como também em outras partes do mundo, tudo em nome do “progresso”.

Leitor 4: Desde 2009, a última semana de outubro é dedicada à Missão na Amazônia. Devemos rezar pelos missionários que lá estão, defendendo os povos indígenas, as populações ribeirinhas, os pobres que vivem nas periferias das cidades, e também os bens naturais que Deus nos deu.

Fato da vida
Pode-se, neste momento, assistir ao vídeo 7 do DVD.

Um Amazônida em Missão na África
Eu sou Pe. José Altevir da Silva, CSSp, membro da Congregação do Espírito Santo. Sou natural de Guajará, AM, às margens do Rio Juruá. Foi lá, em meio à pobreza, simplicidade, que descobri minha vocação missionária. Os padres espiritanos, que lá atuavam, eram missionários vindos da Alemanha, homens dedicados inteiramente à evangelização, que partiram de seu país com o intuito de se lançarem inteiramente no terreno da Missão, marchando em direção ao coração das pessoas, espaço predileto da Missão.
Em 1980, quando dei os primeiros passos em direção à formação presbiteral, morei na casa dos padres espiritanos, enquanto me preparava para, no ano seguinte, dar início à construção do Seminário Espiritano em Cruzeiro do Sul, AC.
Percebia, pouco a pouco, que a Missão além-fronteiras impregnava todo o meu processo formativo. Em 1990 fiz uma riquíssima experiência missionária na Nigéria, morei um bom tempo em Makurdi, mas a maior parte do tempo morei em Yola, norte da Nigéria, onde se concentra a maioria dos mulçumanos daquele país. Foi naquele contexto culturalmente muito diversificado, que fiz minha experiência missionária, num país que tem 250 línguas tribais, uma riqueza cultural muito grande. Por isso, quando se fala sobre a África, deve-se dizer o país, pois não só existem muitos países na África, mas
são muitas Áfricas dentro de cada país.
Ao ser enviado para a Nigéria, fiz o curso “Ad Gentes” no Centro Cultural Missionário/CNBB, em Brasília, e quem me enviou foi D. Luciano Mendes de Almeida, na capela da CNBB. Ele me disse: “Você está sendo enviado em nome da Igreja, leve a nossa alegria...” E ali ele disse uma de suas frases que eu jamais esqueci: “Onde há povo, há Missão; onde há Missão, há razão pra ser feliz.” De fato, lá encontrei um povo sofrido, mas alegre. E o que muito me animou, foi perceber que a Igreja no Brasil nunca esperou ter um número grande de missionários para poder enviar: ela oferece de sua própria pobreza...
Para mim, ficou a constatação, da Amazônia à Nigéria, de que somos todos missionários, e a Missão é universal, como universal é o coração de nosso Deus.

Canto ou refrão de aclamação
Palavra de Deus: Gn 1, 1-31.
Partilha:
- Se vocês viram o vídeo, o que mais lhe chamou a atenção. Por quê?
- De qual ponto do testemunho visto (ou lido) você mais gostou? Por quê?
- Qual é a frase que se repete várias vezes no texto bíblico? Por que ela está tão repetida?
Como podemos preservar a natureza e ajudar a salvar nosso planeta?

Canto: Louvado Seja o Meu Senhor (ou outro).
Preces:
Coordenador: Elevemos a Deus nossos pedidos, por nós mesmos e pelas necessidades missionárias do mundo todo. No final de cada prece, diremos:
Fazei-nos, Senhor, por Vossa graça, discípulos e missionários!
1. Para que reconheçamos o valor e a dignidade de todas as pessoas, em especial, do povo amazônida, e, mediante o anúncio da Boa-Nova de Jesus, possamos despertar nelas a consciência da filiação divina e do Reino ao qual são destinadas, rezemos...
2. Para que, como Zaqueu, nos convertamos, a fim de que nossas vidas sejam coerentes com o Evangelho que ouvimos e anunciamos, de modo que sejamos sempre testemunhas das verdades ensinadas por Jesus, rezemos...
3. Para que a força transformadora do Evangelho se manifeste na ação de todos os cristãos, principalmente na superação da fome, da miséria, da ignorância, da violência e da exclusão social, possibilitando a conquista do bem comum, e revelando que Deus é Pai e ama a todos nós, rezemos...
4. Para que nossa oração, nosso sacrifício pessoal, nossa participação na Missão da Igreja e nossa doação material contribuam cada vez mais para a Ação Missionária da Igreja, rezemos...
5. Para que sejamos capazes de olhar com mais amor e carinho para os lugares mais carentes e remotos do nosso país – em especial, a Amazônia – e do mundo, dando nossa contribuição para que o Evangelho chegue a todos os povos, rezemos...
Preces espontâneas.

Voltar ao Esquema para Todos os Dias, a partir da Oração Missionária 2010, até o final.

OBS: todo o material da campanha missionária (estes e outros) estão disponíveis no site das POM: