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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Lectio Divina do texto de Mt 11,2-11 - 3º Domingo do Advento

Por: Patrick Silva, imc

Ora, João Batista, estando na prisão, ouviu falar das obras do Cristo e mandou alguns discípulos para lhe perguntar: “És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são curados, surdos ouvem, mortos ressuscitam e aos pobres se anuncia a Boa-Nova. E feliz de quem não se escandaliza a meu respeito!” Enquanto os enviados se afastavam, Jesus começou a falar às multidões sobre João: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Olhai, os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. Que fostes ver então? Um profeta? Sim, eu vos digo, e mais do que profeta. Este é de quem está escrito: ‘Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho diante de ti’. Em verdade, eu vos digo, entre todos os nascidos de mulher não surgiu quem fosse maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. (Mateus 11,2-11)

1. LECTIO – Leitura
O terceiro domingo do Advento é conhecido como o “domingo da alegria”, este nome vem do convite que trás a primeira leitura à alegria. A personagem principal do evangelho continuará sendo João Batista. O capítulo 11 do evangelho marca uma nova seção no texto de Mateus, até agora o evangelista se esforçou por mostrar o anúncio do “reino dos céus”, a partir de agora vai mostrar como Jesus o “reino dos céus” é manifestado nas ações e gestos de Jesus. O episódio começa com a informação de que João Batista está na prisão e com a pergunta que os seus enviados fazem a Jesus. João Baptista fora preso por ordem de Herodes Antipas, a quem o Baptista havia criticado por viver com a própria cunhada. A pergunta dos enviados de João tem como objetivo esclarecer se Jesus é o Messias ou se devem continuar esperando. A pergunta não é sem sentido. João esperava um Messias que viesse lançar fogo, castigar os maus e os pecadores, dar início ao “juízo de Deus” (veja Mt 3,11-12); e, ao contrário, Jesus aproximou-Se dos pecadores, dos marginais, dos impuros, estendeu-lhes a mão, mostrando-lhes a misericórdia de Deus. João e os seus discípulos estão perplexos com a atuação de Jesus, que os deixa um tanto confusos: será que Jesus é mesmo o Messias ou um outro deve ser aguardado? ?O texto de Mateus procura também dar uma resposta aos discípulos de Jesus que por aquela data ainda estavam “ativos”, dizendo-lhes que Jesus é o verdadeiro Messias e que devem se juntar ao grupo dos seus discípulos.

O texto é facilmente dividido em duas partes… Na primeira, Jesus responde à pergunta de João e dá a entender que Ele é o Messias (vs. 2-6); na segunda, temos a opinião de Jesus sobre a figura João Batista(vs. 7-11). A resposta de Jesus dá a entender que ele tem consciência de ser o Messias. Na sua resposta, Jesus recorre a uma série de citações do profeta Isaías que definem a ação do Messias enviado de Deus: dar vida aos mortos (veja Is 26,19), curar os surdos (veja Is 29,18), dar vista aos cegos, dar liberdade de movimentos aos coxos (veja Is 35,5-6), anunciar a Boa Nova aos pobres (veja Is 61,1). Ora, se Jesus realizou tais obras (veja Mt 8-9), é porque Ele é o Messias.

Na segunda parte, temos a declaração de Jesus sobre o Baptista. Mateus utiliza um recurso retórico muito conhecido: uma série de perguntas que convidam os ouvintes a dar uma resposta concreta. A resposta às duas primeiras questões é, evidentemente, negativa: João não é um pregador oportunista. A resposta à terceira é positiva: João é um profeta e mais do que um profeta. A declaração, que começa com uma referência à Escritura (veja Ex 23,20; Mal 3,1) pretende clarificar qual a relação entre ambos e o lugar de João no “Reino”: João é o precursor do Messias; é “Elias”, aquele que tinha de vir antes, a fim de preparar o caminho para o Messias (veja Mal 3,23-24)… No entanto, aqueles que entraram no “Reino” através do seguimento de Jesus são mais do que Ele.

2. MEDITATIO – meditação
Os “sinais” que Jesus realizou devem ser agora continuados pelos seus discípulos e discípulas. São muitos os “surdos”, “mudos” “coxos”, “mortos” que esperam uma palavra de salvação. Será que estou comprometido neste anúncio e agir salvífico?

Mais uma vez, somos interpelados e questionados pela figura de João Batista… Ele não é alguém que vai com as “modas”… Mas é um profeta, que recebeu de Deus uma missão e que procura cumpri-la, com fidelidade e sem medo. A minha vida e o meu testemunho profético também são assim ou vou ao sabor das tendências?

A “dúvida” de João acerca de Jesus ser ou não o Messias revela a honestidade deste homem, que ficou procurando a verdade. Devemos ter medo daqueles que têm certezas inamovíveis, que estão absolutamente certos das suas verdades. Sou capaz de me interrogar? Capaz de ouvir as dúvidas dos outros? Sou capaz de dialogar?

3. ORATIO – oração
A missão hoje deixou de ser tendência, de ser moda, mesmo assim, somos convidados a nos sentir engajados neste anúncio libertador do Reino de Deus que vem ao encontro de todos, sem qualquer tipo de exceção. Na sua oração ore para que se torne cada vez mais missionário em sua oração e ação.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
A figura de João Batista é de novo proposta como exemplo para nossa caminhada de advento. O tempo está se completando. Contemple este mistério de Deus que vem, às vezes, agindo de um jeito que não pensávamos fosse possível.

5. MISSIO – missão
“Uma das principais qualidades do missionário é a determinação e a força de vontade. Para ser verdadeira missionário é preciso ter vontade firme e ser constante. Deus não tolera as meias-vontades; estas jamais conseguirão realizar coisa alguma.” José Allamano

Disponível semanalmente em http://www.consolata.org.br/

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