Missionário da Consolata na Colômbia e no Equador...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

MINHAS NOTÍCIAS depois de 3 meses em Sucumbíos - Equador...

Querid@s amig@s,
Já fazem 3 meses que cheguei aqui na missão de Palma Roja, em Putumayo (província de Sucumbíos), em plena selva amazônica do Equador, no limite com Colômbia e Peru... Estamos vivendo em plena floresta amazônica equatoriana, muito devastada pela exploração de petróleo e pelo desmatamento incentivado pelo governo para povoar a área... as pessoas que vivem aqui são basicamente campesinos que vieram nos últimos 30 anos e são provenientes de várias partes do Equador (principalmente das montanhas da Cordilheira dos Andes) e da Colômbia (fugidos da guerrilha ou pelos benefícios que tem esta região). Os indígenas que vivem neste município são, na maioria, da etnia Kichwa (se pronuncia kitchua) e vieram como quase-escravos de grandes fazendeiros e militares provenientes de outras regiões do Equador e Peru. Aqui existe muita precariedade no que se refere à saúde, educação, refugiados, condições básicas de vida, etc... No entanto, tem muito a nos ensinar sobre viver bem e em harmonia consigo mesmo, com os outros e com a natureza...

Em meio a tudo isso, nossa comunidade, atualmente está composta por mim, pelos padres Armando Olaya e Antônio Benitez, e pelos seminaristas propedêutas Juan Pablo, Steven e Danilo (todos colombianos)... Nossa vida diária está dividida em momentos de oração, trabalhos manuais (aqui plantamos arroz, mandioca, banana, milho, melancia, repolho e outros apropriados para o clima), estudos pessoais, encontros comunitários e acompanhamento das comunidades indígenas Kichwas que ficam nos rios San Miguel e Putumayo...

Algumas anedotas daqui: só temos luz elétrica das 4h as 7h da manhã e depois das 15h às 22h; a internet mais próxima está a mais de uma hora (e é mais lenta que tartaruga... as vezes para enviar um e-mail eu levo cerca de 5 minutos); uma ligação telefônica para o Brasil custa quase 3 dólares (cerca de 5 reais); aqui não temos carro (andamos de ônibus, carona em caminhonetes e caminhões, caminhamos muito...) nem empregada (fazemos tudo: cozinhar, lavar, limpar...)...  

Pastoralmente atuamos na Pastoral Indígenas: a nível de Equador, da província de Sucumbíos, de Consolata (Missionários e Missionárias e Leigos missionários da Consolata) e, de maneira especial, no acompanhamento a 23 comunidades indígenas Kichwas que estão às margens dos rios San Miguel e Putumayo (afluentes do rio Amazonas), sendo que algumas estão a 4 horas em barco a motor de onde vivemos... trabalhamos com a formação de catequistas, organização e acompanhamento de um grupo de jovens, visitas às famílias e celebrações periódicas a cada dois meses, ajudar na organização das comunidades em seus aspectos de saúde, educação, direitos humanos, etc... Outra atividade é o acompanhamento da Pastoral de Fronteiras nesta região entre Equador, Colômbia e Peru... e, por fim, acompanhar aos jovens que iniciam uma experiência de seminário chamado propedêutico (neste momento são três)...

Nosso Vicariato de São Miguel de Sucumbíos (identificado pela sigla ISAMIS) sofreu uma grande tempestade a cerca de 7 meses com a chegada da congregação ultraconservadora Arautos do Evangelho como administradores... no entanto, as pessoas não aceitaram seu projeto de Igreja que não levou em conta toda a história que viveu esta gente e que levou à construção de uma formosa e organizada Igreja-comunidade-ministerial onde se valorizam e tem a participação todas as vocações (sacerdotes, religiosos, leigos) e que caminha com os “dois pés” (evangelização e pastoral social), respeitando as diferenças de raça (indígenas, negros, campesinos etc.)... Depois de um tempo de resistência, há alguns dias eles deixaram o Vicariato... e, agora, depois da “tempestade” estamos avaliando os estragos (atualmente existe uma profunda divisão na igreja) e organizando para reconstruir melhor... Dom Gonzalo López Marañón, bispo emérito da província equatoriana de Sucumbíos, entra no seu sexto dia de jejum e oração pela reconciliação da província de Sucumbíos (“Para curar feridas e reconciliar Sucumbíos”). Peço vossas orações por nossa igreja de Sucumbíos... ver mais notìcias no blog: isamis2010.blogspot.com

Por agora é o que tenho por contar desta vivencia que estou fazendo, que está sendo alimentada por uma busca de conhecer este povo, sua cultura e maneira de viver... digo-lhes que há muitos momentos de dificuldades, mas outros que me fazem ver que Deus me chamou para estar aqui... e que me dão uma grande alegria... As pessoas pensam que todos os brasileiros sabem sambar e jogar futebol (então os que queiram vir por aqui, já comecem a praticar... hehehehehe)....

Que Deus continue a lhe abençoar e iluminar... Unidos na oração e na amizade...

Um comentário:

  1. È sempre uma alegria ver noticias suas...Muitas Saudades!! E estamos orando por você e por todos aí!!
    O povo de Mauá, manda um abraço!!! :)

    Beijos

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